segunda-feira, junho 27, 2011

e lá vamos nós...


De acordo com o atual cancioneiro popular "beijo na boca é coisa do passado"... E, vá lá, muita gente vem concordando. Eu não. E, levando alguma experiência na minha bagagem, tenho dado sorte em conhecer quem concorde comigo. Sorte que vem me acompanhando e se manifestando com espaços regulares de tempo. Mas da última vez foi, digamos, surpreendentemente inesperado e prazeroso... falando - pelo menos - por mim!


Tenho que explicar que eu sou antipática mesmo com certas investidas. Diria minha xará Tati Bernardi: "o mundo tá cheio de gente brega e limitada e é um direito meu não querer olhar na cara delas, não tô fazendo mal a ninguém, só tô fazendo bem a mim".

Partindo desse pressuposto, dei confiança pra quem já conhecia e já queria. Ou seja, foi igual dar uma caixa de chocolates para uma mulher na TPM. Satisfação garantida e uma alegria só.

Ato contínuo de uma vida de desencontros (como a minha sempre foi), não tive mais notícias. Ainda. Eu teria um sem número de razões para fugir e não procurar saber. É... eu sou dessas. Me acostumei com uma certa impressão de estar abandonada, de que falta alguma coisa, de pouco. Um a mais, um a menos não faria assim tanta diferença pra mim. Antes desse, vieram outros. E eles continuaram passando por aqui - muitas vezes abalando estruturas, outras tantas derrubando a casa inteira e poucas vezes passando despercebidos.

Na verdade, olha a Tati Bernardi de novo, "sei que sou exatamente o que 98% dos homens não gosta ou não sabe gostar. Eu falo o que penso, abro as portas da minha casa, da minha vida, da minha alma, dos meus medos. Basta eu ver um sinal de luz recíproca no final do túnel que mando minhas zilhões de luzes e cego todo o mundo. Sou demais. Um dia um louco, direto do planeta dos 2% de homens, vai aparecer".

A tendência é sempre acreditar que o atual é esse cara dos 2%. Fazer o que? É automático! Eu sou intensa mesmo, eu me ferro mesmo. Tudo é bom, tudo é ruim e tudo é bom de novo. Não fossem os altos e baixos, a minha vida seria uma planície bucólica e tediosa. Sou mulher de subir e descer morros. Constância me cansa e dá preguiça. Sou uma mulher que fica porque quer, que encurta conversa chata, que estende dramas, que acha todo mundo meia bomba. E é impaciente na espera por uma metade meio interessante.

E, por incrível que pareça, como é interessante essa metade com quem topei esses dias... interesse que veio num beijo forte, intenso, gostoso, ofegante, difícil de esquecer.

O que posso dizer? Quero mais! Sempre que mais! Sempre acho pouco! Sempre é quase impossível me controlar!

Vale a tentativa e sair das voltas do meu furacão emocional rotineiro e ficar parada no olho dele (onde a calmaria de ventos impressiona).

Mantra diário: sonhar acordada não é legal. Esperar é preciso...

OBS.: a música de fundo enquanto escrevia esse texto foi, no mínimo, uma grata coincidência: "a vida, tão generosa comigo, veio de amigo a amigo me apresentar a você..."