
Associação livre?
Não. não é o método psicanalítico de Freud. Nesse momento, pode ser tudo o que o leitor quiser que seja. Pode ser o que foi, pode ser o que era, pode ser o que será, pose ser o que é. Nesse momento, pode ser até o que não pode ser.
Nesse momento também escuto uma rádio, fumo um cigarro e penso: porque alguns termos nos remetem a ideias que não se vinculam diretamente ao signicado original da palavra referida?
Por exemplo, às vezes penso em jazz e me lembro da savassi. Tudo bem, a savassi tem lá o seu charme. Calçadas largas, árvores frondosas... Urbanisticamente bela. E o cheiro da savassi? Ah... Perfume das raparigas, senhoritas e damas, flores finas da elite, Crème de la crème de la société flanando pelas praças. Eu sei. A burguesia fede, mas...
Ademais, a influência da art nouveau em sua arquitetura ressoa jazz. O que me faz entender porque, às vezes, me lembro da savassi quando penso em jazz. No entanto, o Jazz é muito maior que a savassi. O jazz perpassa inúmeros estilos, inúmeras cidades, inúmeros espaços. O jazz é livre! Sim, você pode chamar de associação livre se você quiser. Esteja à vontade. Afinal, quando digo jazz e chamo de improviso tudo é possível, vem comigo: proclamamos a liberdade!
Louis Armstrong, John Coltrane and Miles Davis?! Uau. O som - extraído do saxofone e do pistom pelo sopro esgarçado desses caras que sufocam o próprio fôlego, respiram o instrumento e criam a melodia mais bela - mais viva! - esse som me puxa com força pelo braço e me lança no infinito. Isso eu chamo de Liberdade
Estes caras não são homens... São gênios.
Agora dá licença que preciso pingar o meu colírio alucinógeno. Zé Simão não é o único...