terça-feira, fevereiro 14, 2012

há que se lembrar


Uma vez o filósofo Friedrich Nietzsche disse que "a vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas... como se fosse a primeira vez!"

Me identifiquei imediatamente! Minha memória é horrorosa. Mas e daí? Nietzsche estava certo. Quando não conseguimos lembrar de tantas coisas assim, as que ainda estão na memória são incríveis.

Não sei se você sofre do mesmo problema que eu, mas não gravo as palavras exatas que me foram ditas, nem dias, meses e anos dos acontecimento... Esqueço os rostos das pessoas. Eu não sou boa para decorar números de telefones, repassar recados e lembrar aniversários.

Por isso, ao longo dos anos, desenvolvi um método de referências para garantir recordações prazerosas das coisas boas que me acontecem. Todos os meus sentidos funcionam coordenados nesse esforço para garantir à minha memória alguma coisa para se ocupar.

Um toque, um cheiro, o sabor das coisas, uma música que tocava ao fundo, o andar da pessoa, o tom de voz, um olhar... são mais sensações que me levam de volta a momentos indescritíveis.

Não lembro o nome do menino que me deu meu primeiro beijo, por exemplo. Eu sei, já me falaram que parece algo triste. Mas o que não esqueço é do frio na barriga e do arrepio subindo pelas costas quando nossos dentes bateram no meio do beijo.

Às vezes, quando estou deitada, naquele momento "quase dormindo mas ainda acordada", minha memória debilitada me trás esses instantes. Ainda consigo sentir o frio na barriga que falei aí em cima. E também lembro claramente do perfume do meu ex-namorado. E do gosto de cigarro e cerveja de um beijo inesquecível.

Um outro filósofo, Albert Schweitzer, explicava que "felicidade é nada mais que boa saúde e memória ruim!"

Boa saúde? Sim!
Memória ruim? Sim!
Felicidade? Com certeza!



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