segunda-feira, janeiro 24, 2011

recordações!

A quem interessar:

Eu escrevi o texto abaixo há uns seis ou sete anos, num blog antigo... da época de faculdade. Remexendo os guardados, cá está ele. Acho justo dividir com outras pessoas!


Quando acordou naquela manhã chuvosa, tinha certeza de nunca ter sentido tanta culpa na vida! Já abriu os olhos confusa entre a tal culpa e uma incrível sensação de prazer... Mas no fundo, o frio na barriga entregava que a idéia não tinha sido das melhores!

Como poderia lhe faltar tanto auto-controle? E tão rápido?

Não lembrava de ter se descontrolado assim desde a adolescência... quando era uma romântica incorrigível e iludida. Agora, uma adulta bem resolvida, inteligente e responsável, só conseguia se torturar.

Raios de ambiguidade... mulher nenhuma consegue lidar muito tempo com essa mania de levar uma vida dupla.

A respeitável co-proprietária da pequena, porém badalada, livraria da cidade, que nas noites de fins de semana saía e bebia tanta tequila a ponto de lembrar a noite em flash's!

Esticou-se preguiçosamente, limpou os pensamentos confusos da cabeça e ligou a tv.

Aproveitou um pouco mais a cama grande e espaçosa (primeiro sonho de consumo realizado quando foi morar sozinha!), afofou os travesseiros e deitou-se de novo.

Choque! Que perfume era aquela... perfume masculino... Assustou-se tanto que pulou da cama e tropeçou num par de all star preto na porta do quarto.

Começou a caminhar ressabiada pelo corredor, sentindo o coração na boca. A memória voltando aos poucos.

A bebedeira...

O abraço acolhedor...

Os beijos cada vez mais quentes...

O apartamento à luza de velas...

Os cabelos claros, que não eram seus...

As respirações ofegantes e descompassadas...

O sono leve e gostos em braços másculos...

As lembranças vieram como enxurrada. E eram bem agradáveis, na verdade. Pena não ter certeza do dono dos cabelos claros... apesar de ter um palpite que poderia ser certeiro!

Mas ainda estava no corredor e ainda ressabiada. Ouviu sons na cozinha e andou mais rápido.

Quando alcançou a porta, a visão que teve foi excelente. Um cara alto, costas largas, samba-canção, cabelos claros (olha eles aí!), corpo definido, fazendo café da manhã. E que café! E flores! (adorava flores!)

Ficou tão encantada, que a culpa sumiu. Impressionante como gentileza e romantismo apagam qualquer vestígio de arrependimento!

Enquanto caminhava silenciosamente pela cozinha, ele virou-se calmamente. Quando a viu, abriu o sorriso mais lindo que ela já vira na vida e beijou-a apaixonadamente!

Ahhhh, vá! Não dá pra sentir culpa por isso! Dava pra sentir culpa porque ele era mais novo. Dava pra sentir culpa porque ele namorava uma amiga até uma semana antes. Dava até pra sentir culpa por ter ido pra cama com ele completamente bêbada... mas definitivamente não dava pra sentir culpa por ter achado tudo isso ótimo!

Fazer o que? Voltaram para a cama. E ela só tinha um desejo, que a ressaca acabasse o mais rápido possível... apenas a ressaca!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Concorda? Discorda? Opine!