sábado, abril 03, 2010



A questão da arte colocada por Raulzitooo é mesmo muito interessante. O filósofo parte do pressuposto de que a arte é inviável inacessível inexecutável enfim inexistente sem a marca do desejo brasão da loucura força instintiva e brutal das cargas de energia psíquica oriundas das pulsões do Id. Então a arte fica assim.. indissociável dos impulsos libidinosos. Fico pensando em Michelangelo Buonarroti, na Capela Sistina e no que vovó diria se ouvisse isso. O interessante é que, se adotarmos o ponto de vista psicanalítico, veremos que a arte é uma forma de satisfazer tais catexias pulsionais por meio da sublimação. Ou seja, a descarga da energia sexual se dá por meio da expressão artística. Não, eu não sou freudiano. Não. Também não tenho nada contra. A teoria de Freud é complexa, uma filosofia muito sofisticada. O problema da psicanálise são os psicanalistas. Se Deus me oferecesse, não, não acredito em Deus, mas se aindassim ele me oferecesse a oportunidade de escolher alguém pra trocar uma ideia num bar... desde Confúcio a Aristóteles, passando por Nietzche, Jesus Cristo, Kant, Dilma Rousseff ou... sei lá, aquele maluco anti-social da época da faculdade que ficava tentando encontrar sentido no que o professor de sociologia dizia... eu escolheria, sem sombras de dúvida, Doctor Sigmund. Entretanto Raulzitooo vai muito além. Muito além do princípio do prazer. Além de válvula de escape, o pensador atribui ao fazer artístico um caráter operacional estratégico. Para ele existe um mecanismo funcional subjacente à construção de uma obra. Tomando como base o evolucionismo neodarwinista pós-moderno - cujo processo de seleção natural resultante da interação entre a variabilidade genética e o meio circundante elegeu a reprodução sexuada como a forma mais adaptativa, senão a única, capaz de dar conta do fluxo dinâmico e ininterrupto das mudanças ecológicas - a ideia de que a seleção reprodutiva é o braço direito da seleção natural, que as mulheres, depois do feminismo, passaram a coordenar ambas assumindo o papel de Deus que, desiludido e em crise existencial, sumiu do mapa (por isso não acredito mais nele), podemos chegar a uma conclusão: os homens fazem arte no intuito de chamar a atenção das mulheres e impressioná-las aumentando a probabilidade de encontros sociais com o sexo oposto e conseqüentemente (com trema porque eu amo o português clássico, não, não é o Manuel da padaria, é a língua mãe onde fui criado, não, não me fale em Complexo de Édipo) a probabilidade do estabelecimento de uma relação amorosa e, claro, da perpetuação de seu patrimônio genético. Afinal de contas, o gene não é egoísta? Daí associando as ideias de Freud com as ideias de Raulzitooo, chegamos à segunda conclusão: a arte pode ser produto de uma libido mal resolvida do tipo ninguém me ama ninguém me quer ninguém me chama de Baudelaire ou resultado de uma necessidade biológica de transmissão de genes ou, no meu caso, os dois. Assim, vislumbramos a terceira e derradeira conclusão: escrevo essa crônica pra descarregar minha libido que, armazenada, acarreta em mim sintomas neuróticos e, ao mesmo tempo, espero que uma garota linda e inteligente (partindo do pressuposto que toda garota linda é inteligente) comente no blog e me convide pra sair.

5 comentários:

  1. HAUEHAEUAEHUAEHAEUAEHEAUAEHUAEHEAUAEH!! Me chame de Baudelaire, e, nao que eu esteja respondendo ao final da cronica mas, vam bebê na casa do marlon, rapazeada!!! ahhahahahahah

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  2. Além de uma teorização sensacional, vc ainda criou mais uma marchinha para o nosso bloco carnavalesco - "ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de Baudelaire".

    Contiaremos debatendo sexo e arte, sempre.

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  3. Nao sou uma mulher linda e inteligente...
    (nisso não sou capaz de satisfazer a sua libido); mas adorei igualmente a descrição do retrato. Mto, mto bom!!!

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  4. vc é um psicanalista enrustido!
    ohohoho!

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  5. Interpretação certeira, Ana Luiza...

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