domingo, dezembro 02, 2012

das coisas simples



E assim disse Mário Quintana: "a vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Se a meta está alta demais, reduza-a. A felicidade é um sentimento simples, você pode deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade."

Quantas pessoas você conhece que já responderam que o querem da vida é ser feliz? Eu já perdi as contas. O que realmente nunca soube é o que faz com que você, um dia, ache que alcançou essa tal felicidade.

Não sei dos outros, mas sei de mim. E o que eu quero é o simples! Não sei quem é o pensador que diz que a simplicidade é o último degrau da sabedoria. Então quero estar nesse degrau.

A simplicidade envolve tudo na vida. E entenda, eu nunca fui uma pessoa com oportunidades para pensar a longo prazo. E se temos tempo, para qualquer coisa, temos a tendência a protelar e complicar...

"Mudança" é a palavra que me define. Mudei de cidade 7 vezes. Já morei em 14 casas/apartamentos/hotéis diferentes. Ao longo dos meus 30 anos, estudei em 7 instituições de ensino. Tenho amigos e conhecidos espalhados em todos os Estados brasileiros. Conheci tanta gente nesse tempo que não lembro mais nomes, feições e, muitas vezes, de onde...

Quando essa é a sua condição, você se adapta. E aprende que não dá pra encher a casa de peças decorativas. Que do Pára a Minas se gasta 3 dias de viagem. Que os amigos são importantes, mas não indispensáveis. Que desapego não é só edificante, mas libertador. Que sentimentos não são descartáveis. Que afinidade não se perde com a falta de contato. Que se "deixa a vida te levar" deixa passar grandes oportunidades. Que se complica as coisas, não as vive, nem aproveita, nem aprende.

Você descobre a simplicidade quando percebe que não terá tempo para prolongar as coisas. Por isso, se gosto, eu demonstro. Se não gosto, deixo claro. Se tiver que jogar na cara, eu jogo. Se estou afim, eu falo. Se me bater, eu devolvo o tapa. Se me der intimidade, também a ganha. Se me decepcionar, perde a chance de voltar atrás. Se define os outros por rótulos, te acho um babaca. Se assumir o erro, vou te respeitar. Se for honesto, também ganha meu respeito. Se lembrar que eu não sou perfeita, nem um poço de sabedoria e que também piso na bola, vou te amar. Se amo, me dedico. 

E assim, fui me transformando em uma mulher fácil de agradar, alegrar e conquistar. Me emociono com demonstrações de afeto. Ganho o dia com um "boa tarde" inesperado. Acho que abraços apertados são demonstrações de amor mais honestas do que muitos beijos. Buteco, cerveja, amigos e bate papo é o meu programa preferido. Acho que perguntar como foi meu dia, mostra mais interesse do que perguntar qual meu livro favorito. Se disser que uma música faz lembrar de mim, me conquista. Se me chamar pra comer um hambúrguer no fim da noite ao invés de um jantar formal na noite de sexta, fico vendida. E se disser que gosta de mim do jeito que sou, sem mudar nem os defeitos... eu apaixono!

Tão simples quanto ter com quem passar o domingo jogado no sofá!

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